Se quando tu morres nasce uma ideia, tu não morres nunca. E vida é a única coisa que não te podem roubar: intocável, apesar do roubo. Se te extirpam a roupa, o pão, a casa, a dignidade, se te arrancam do chão para te violentar, para te violar, para depois te abater: nada nem ninguém te tira a vida que Deus segredou no teu peito. Anónima e invisível, estás na flor da eternidade, é mais digna a tua dor, uma ponta do teu cabelo, do que o corpo gordo que te abafa, que te envia para o campo que arde, que te ceifa o pouquíssimo que sobra.
Em memória de Catarina Eufémia
Em memória de Catarina Eufémia
Em memória de Catarina Eufémia
Se quando tu morres nasce uma ideia, tu não morres nunca. E vida é a única coisa que não te podem roubar: intocável, apesar do roubo. Se te extirpam a roupa, o pão, a casa, a dignidade, se te arrancam do chão para te violentar, para te violar, para depois te abater: nada nem ninguém te tira a vida que Deus segredou no teu peito. Anónima e invisível, estás na flor da eternidade, é mais digna a tua dor, uma ponta do teu cabelo, do que o corpo gordo que te abafa, que te envia para o campo que arde, que te ceifa o pouquíssimo que sobra.